Reitor diz que universidades "não foram causa da crise"

O reitor da Universidade do Porto, José Marques dos Santos, afirmou hoje que "as universidades não foram a causa da crise financeira", alertando que, sem estas instituições modernas e internacionalmente competitivas, "o futuro de Portugal pode ficar comprometido".
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José Marques dos Santos discursava na sessão solene das comemorações do 25 de Abril da Câmara do Porto, cerimónia na qual a Universidade do Porto recebeu a medalha de honra.

"É sabido que Portugal enfrenta uma das mais graves crises da sua história, mas as universidades não foram a causa da crise financeira nem a crise financeira foi causada por qualquer comodismo despesista das universidades", sublinhou.

Para o reitor da Universidade do Porto, estas instituições "responderam às dificuldades com medidas que lhes permitiram aumentar substancialmente as receitas próprias que, em muitos casos, são já mais de 50% dos respetivos orçamentos".

"Não podem ser assacadas às universidades públicas quaisquer responsabilidades diretas no descontrolo das contas do Estado", garantiu.

Marques dos Santos enfatizou que "as universidades são fundamentais para o desenvolvimento do país" e que "a saída da crise depende, em larga medida, do dinamismo das universidades".

"Sem universidades modernas, internacionalmente competitivas, o futuro de Portugal pode ficar comprometido. É indispensável que os portugueses percebam que o investimento no ensino superior tem, de facto, retorno", afirmou.

Naquela que foi a última cerimónia de entrega de medalhas municipais de Rui Rio enquanto presidente da Câmara do Porto -- uma vez que o autarca não se pode recandidatar ao cargo devido à lei da limitação dos mandatos --, a Universidade do Porto não foi a única homenageada, tendo doze personalidades e mais uma instituição da cidade sido medalhadas.

Os economistas António Magalhães, Daniel Bessa, Oliveira Marques, Miguel Cadilhe e Silva Peneda, bem como o cónego Arnaldo de Pinho, foram distinguidos com a Medalha Municipal de Mérito, Grau Ouro.

Com o Grau Prata desta mesma condecoração foram agraciados o programador cultural João Gesta, o designer Miguel Neiva, a cantora Maria Amélia Canossa e o responsável pelo projeto "Porto Desaparecido", Manuel de Sousa.

A Medalha de Valor Desportivo foi para o tenista Nuno Marques, enquanto o padre Jardim Moreira e o Espaço T (instituição particular de combate a exclusão social) receberam as recém-criadas Medalha de Valor e Altruísmo, Grau Ouro.

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